O ar e o vento
Pelos caminhos vou, como o burrinho de São Fernando, um pouquinho a
pé e outro pouquinho andando. Às vezes me reconheço nos demais. Me reconheço
nos que ficarão, nos amigos abrigos, loucos lindos de justiça e bichos voadores da
beleza e demais vadios e mal cuidados que andam por aí e que por aí continuarão,
como continuarão as estrelas da noite e as ondas do mar. Então, quando me
reconheço neles, eu sou ar aprendendo a saber-me continuado no vento.
Acho que foi Vallejo, César Vallejo, que disse que às vezes o vento muda
de ar.
Quando eu já não estiver, o vento estará, continuará estando.
Pelos caminhos vou, como o burrinho de São Fernando, um pouquinho a
pé e outro pouquinho andando. Às vezes me reconheço nos demais. Me reconheço
nos que ficarão, nos amigos abrigos, loucos lindos de justiça e bichos voadores da
beleza e demais vadios e mal cuidados que andam por aí e que por aí continuarão,
como continuarão as estrelas da noite e as ondas do mar. Então, quando me
reconheço neles, eu sou ar aprendendo a saber-me continuado no vento.
Acho que foi Vallejo, César Vallejo, que disse que às vezes o vento muda
de ar.
Quando eu já não estiver, o vento estará, continuará estando.
Livro dos Abraços
Eduardo Galeano
Caro Eduardo,
ResponderExcluirBoas e sensíveis leituras merecem sempre ser compartilhadas.
Belo este teu espaço de arte, leitura e conhecimento. A melhor generosidade do educador é compartilhar com os outros o saber.
Abraço grande,
Genny
Mt bom, mt bom! Adoro Eduardo Galeano e especialmente esse livro de onde vc pinçou os dois textos. Conhece "Mulheres"? Outro livro maravilhoso!
ResponderExcluirGosto mt deste espaço, bem interessantes os textos q vc posta. Te convido a visitar os meus blogs tb:
- Benjamim e o Seu Jardim (benjamimeoseujardim.blogspot.com)
- Lectus (lectusexlibris.blogspot.com)
Abrç!