quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Janela do Hospital


Dois homens, seriamente doentes, ocupavam o mesmo quarto em um hospital. Um deles ficava sentado em sua cama por uma hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seus pulmões. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto. O outro homem era obrigado a ficar deitado de bruços em sua cama por todo o tempo. Eles conversavam muito. Falavam sobre suas mulheres e suas famílias, suas casas, seus empregos, seu envolvimento com o serviço militar, onde eles costumavam ir nas férias. E toda tarde quando o homem perto da janela podia sentar-se ele passava todo o tempo descrevendo ao seu companheiro todas as coisas que ele podia ver através da janela.

O homem na outra cama começou a esperar por esse período onde seu mundo era ampliado e animado pelas descrições do companheiro. Ele dizia que da janela dava pra ver um parque com um lago bem legal. Patos e cisnes brincavam na água enquanto as crianças navegavam seus pequenos barcos. Jovens namorados andavam de braços dados no meio das flores e estas possuíam todas as cores do arco-íris. Grandes e velhas árvores cheias de elegância na paisagem, e uma fina linha podia ser vista no céu da cidade.

Quando o homem perto da janela fazia suas descrições, ele o fazia de modo primoroso e delicado, com detalhes e o outro homem fechava seus olhos e imaginava a cena pitoresca. Uma tarde quente, o homem perto da janela descreveu que havia um desfile na rua, embora ele não pudesse escutar a música, ele podia ver e descrever tudo.

Dias e semanas passaram-se. Em uma manhã a enfermeira do dia chegou trazendo água para o banho dos dois homens mas achou um deles morto. O homem que ficava perto da janela morreu pacificamente durante o seu sono a noite. Ela estava entristecida e chamou os atendentes do hospital para levarem o corpo embora.

Assim que julgou conveniente, o outro homem pediu a enfermeira que mudasse sua cama para perto da janela. A enfermeira ficou feliz em poder fazer esse favor para o homem e depois de verificar que ele estava confortável, o deixou sozinho no quarto.

Vagarosamente, pacientemente, ele se apoiou em seu cotovelo para conseguir olhar pela primeira vez pela janela. Finalmente, ele poderia ver tudo por si mesmo. Ele se esticou ao máximo, lutando contra a dor para poder olhar através da janela e quando conseguiu fazê-lo deparou-se com um muro todo branco. Ele então perguntou a enfermeira o que teria levado seu companheiro a descrever-lhe coisas tão belas, todos os dias se pela janela só dava pra ver um muro branco?

A enfermeira respondeu que aquele homem era cego e não poderia ver nada mesmo que quisesse. Talvez ele só estivesse pensando em distraí-lo e alegrá-lo um pouco mais com suas histórias.

há uma tremenda alegria em fazer outras pessoas felizes, independente de nossa situação atual. Dividir problemas e pesares é ter metade de uma aflição, mas felicidade quando compartilhada é ter o dobro defelicidade. Se você quer se sentir rico, apenas conte todas as coisas que você tem e que o dinheiro não pode comprar. O hoje é um presente e é por isso que é chamado assim.

10 comentários:

  1. O riso do outro
    é sempre uma enorme
    satisfação.

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  2. Eu já tinha conhecimento dessa história, ela é fantástica. Tem um versículo bíblico que diz: "a boca fala do que está cheio o coração."
    Jefhcardoso do
    http://jefhcardoso.blogspot.com

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  3. Que bom seria que todos tivessem consciência de como é importante fazer o Outro feliz.
    Só assim a vida faz sentido.
    Vou ficar por aqui, claro!

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  4. Então vim aqui beber o máximo de cultura que puder...

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  5. Olá amigo Eduardo!
    Apesar de já conhecer esta historia não deixou de me comover novamente.

    Um grande abraço
    Bom Ano

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  6. Olá amigo. Não conhecia a história. É deliciosa e comovente. Obrigada por este momento.

    Um abraço.

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  7. OL´,td bem?
    Já li essa estória antes e novamente me emocionei, realmente dividir a felicidade é divino.
    Bjs!

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  8. Muchas gracias por quedarse a mi lado, me encanta la poesía y me quedo a aquí para leer sus bellas letras
    Con ternura
    Sor.Cecilia

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